Encontra-se aberto o processo de qualificação prévia e seleção de membros da ORLA - Observatório das Ribeiras e Lagoas dos Açores. Acesso aos estatutos, esclarecimento de questões e apresentação de propostas podem ser enviadas através deste portal
Quais são os valores da ORLA?
A ORLA assenta em valores de sustentabilidade, biodiversidade, segurança hídrica e solidariedade. O Observatório pretende assumir um papel relevante em diversas vertentes ligadas a interesses coletivos essenciais, na defesa do meio ambiente e do bem estar social, e em particular à conservação dos ecossistemas e proteção de recursos essenciais no que se refere à gestão e consumo da água..
A ORLA pretende criar e estimular redes de cooperação capazes de alavancar ações conjuntas na prossecução de objectivos de interesse comum nos domínios ambientais e sociais, numa óptica de complementaridade. Sendo esta organização um observatório, a ORLA permite aos seus membros contribuir para uma base de conhecimento sobre os recursos hídricos Açoreanos, contribuindo para a boa gestão e governança ambiental, bem como para a formação e qualificação de quadros essenciais à prossecução de políticas estratégicas de recuperação e resiliência, do uso sustentável de recursos naturais e adaptação às mudanças climáticas.
A ORLA pretende colmatar uma lacuna no domínio dos serviços a instituições, produtores e consumidores geograficamente estáveis numa lógica de proximidade, ccontrariando a tendência dos prestadores de serviços de apoio técnico especializado estarem frequentemente ausentes em regiões ultraperiféricas. As actividades da ORLA buscam alcançar impactos positivos em localidades mais desfavorecidas, e em setores económicos vitais para as comunidades açoreanas.
Quais as principais vantagens dos membros da ORLA?
No âmbito das atividades da ORLA, os seus membros podem prestar apoio técnico a entidades públicas e privadas através de operações de cooperação com outros membros e aderentes do Observatório, por meio de contratos de prestação de serviços ou participação em concursos públicos para a conceção e financiamento de projetos e planos de intervenção na rede hídrica do arquipélago.
A ORLA proporciona aos seus membros um meio adequado para o empreendimento de actividades conjuntas, ampliando as possibilidades de atuação de técnicos independentes, pequenas e médias empresas, bem como investigadores e laboratórios de investigação interessados em ter um maior impacto na sociedade. A ORLA permite aos seus membros alcançar a massa crítica necessária para projetos de maior dimensão, a integração de cadeias de valor, e o acesso a oportunidades, como a participação em concursos públicos e projetos de financiamento comunitário.
Aos membros da ORLA é dada a possibilidade de participar em equipas multi-disciplinares desenhadas especificamente para cada projeto do Observatório, permitindo complementar as suas áreas de competência com outras especialidades, capacidades de investigação e acesso a meios tecnológicos necessárias para responder a desafios e problemas de maior complexidade e escala. O desenvolvimento de atividades nas vertentes de formação e tecnologia permitem estabelecer relações de confiança com actores locais e regionais, que podem alavancar a angariação de clientes para a prestação de serviços de apoio técnico à planificação, projeto e financiamento de intervenções de requalificação ambiental.
Como posso ser membro da ORLA?
Os interessados em integrar o Observatorio das Rieiras e Lagoas dos Açores podem requerer acesso aos estatutos, e esclarecer questões através deste portal. Podem ser candidatos a membros todas as pessoas que preencham os requisitos e condições previstos nos Estatutos da ORLA. Os candidatos a membro deverão apresentar suas competências relevantes às atividades e objeto social da ORLA. As candidaturas a membro estão sujeitas a aprovação em reunião de Assembleia Geral.
Quais são os direitos dos membros associados?
a) Participar das atividades de investigação e dos projetos desenvolvidas pelo Observatório;
b) Participar na atividade económica e social do Observatório;
c) Tomar parte na Assembleia Geral, apresentando propostas, discutindo e votando os pontos constantes da ordem de trabalhos;
d) Eleger e ser eleitos para os órgãos da ORLA;
e) Requerer informações aos órgãos competentes da ORLA e examinar o relatório de gestão e documentos de prestação de contas, nos períodos e nas condições que forem fixados pelos Estatutos, pela Assembleia Geral ou pela Direção;
f) Requerer a convocação da Assembleia Geral nos termos definidos nos estatutos;
g) Participar nas atividades de educação, sensibilização e formação do Observatório.
Como podem os membros da ORLA participar nos processos de decisão da organização?
Os membros da ORLA têm, na sua qualidade de utilizadores, uma influência real sobre as decisões de gestão. A estrutura de gestão participativa do Observatório permite aos seus membros apresentar suas propostas e contribuir para o reforço de capacidades da organização e expandir as suas áreas de atuação através da diversificação da oferta de serviços
Qual é a importãncia de universalizar o uso circular na água nos Açores?
A maior parte dos consumidores não tem consciência da importância de considerar a água como um bem escasso. Apesar dos recursos hídricos renováveis do arquipélago serem elevados, o aproveitamento de recursos subterrâneos e superficiais apresenta dificuldades e condicionantes. Uma delas, relaciona-se com a distribuição: as áreas de maior consumo são muitas vezes as de menores recursos. A captação por furos é delicada e nem sempre é possível evitar que haja mistura com águas mais cloretadas. Há casos de abastecimentos públicos, feita a partir de furos, em que a água distribuída se encontra nos limites da potabilidade, no que se refere à mineralização. Estes problemas aumentam a dependência de combustíveis fósseis utilizados nos processos de captação e tratamento de águas subterrâneas. Por outro lado, a evolução da procura da água no sentido de consumos cada vez mais elevados são constrangidos pela tendência de menor pluviosidade nos meses mais quentes no contexto das mudanças climáticas.
As águas subterrâneas devem ser exploradas racionalmente, reconhecendo a interdependência funcional entre as componentes subterrânea e superficial do ciclo hidrológico. O incremento de sistemas de abastecimento de água redundantes é fundamental para esse equilíbrio, para além de serem essenciais à descarbonização e redução da dependência de energia para obtenção de água para consumo humano e rega em períodos de estio. Por conseguinte, é fundamental promover uma melhor gestão das águas pluviais e superficiais, não só por causa das vantagens imediatas para as pessoas, mas também devido à importância do balanço hídrico do sistema hidrológico para a sustentabilidade e resiliência das comunidades humanas e ecossistemas. Existe por isso uma clara necessidade de envidar esforços a nível comunitário para garantir que a importância do uso circular da água seja plenamente considerado tendo em vista o desenvolvimento de modelos que permitam gerir de forma sustentável os recursos hídricos dos Açores.